Editorial
Afinal, para que serve a imprensa?
Na manhã de sábado a equipe do Diário Popular foi pega de surpresa quando foi proibida de acompanhar a reunião dos hospitais filantrópicos e deputados federais da região que discutia a crise na saúde da região. Afinal, o encontro, que se deu na Beneficência Portuguesa, foi amplamente divulgado e debatia um assunto de interesse público.
Nossa reportagem vem acompanhando há semanas os desdobramentos da questão. A nossa equipe já fez uma série de matérias sobre o tema, conversou com gestores e participou de reuniões. No sábado, fomos ao hospital para, novamente, acompanhar a conversa, quando fomos barrados, dizendo que não gostariam que a imprensa acompanhasse e que enviariam, depois, relatos sobre a questão.
Ora, o Diário Popular vem há semanas sendo um forte participante nos debates sobre a crise na saúde da Zona Sul. Através das reportagens e postura editorial, estamos cobrando publicamente entes federais e estaduais por mais apoio à saúde, um tema tão caro à população da nossa região. Nos colocamos como aliados nessa luta. Por isso, tal postura causa estranheza e até surpresa. Afinal, a imprensa é aliada apenas para passar recados? Negativo.
A liberdade de atuação da imprensa é fundamental para relatar o que acontece na sociedade. Só assim podemos transmitir informações de maneira clara e precisa à população. As manifestações apenas através de notas frias assinadas por assessorias relegam o tema apenas a um oficialismo que torna tudo mais distante e alheio do que a população quer - e merece - saber. Um encontro a portas fechadas traz qual vantagem para um assunto que deve ser público?
O tema seguirá sendo acompanhado com a seriedade e atenção que precisa, porque, principalmente, a essência da existência do Diário Popular, há 133 anos, é tomar posição pelos interesses da população da Zona Sul e o fechamento de leitos, seja por má gestão dos administradores das instituições, seja por falta de recursos provenientes de outros níveis de administração, afeta diretamente a vida de centenas de milhares de pessoas. Mas não podemos deixar de lamentar tamanha falta de transparência. Uma pena.
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